Ah, a nossa primeira rede social virtual a gente nunca
esquece...
Lembro com muito carinho no coração do meu perfil no Orkut.
Lembro de ter recebido o convite para entrar no Orkut, via um e-mail que não
existe mais... lembro que o Orkut no início era todo em inglês, só pra me foder
(porque não sabia muito inglês naquela época – ainda não sei tanto assim, mas
tá um pouco melhor... rs...)... Lembro de comunidades incríveis (tipo “Festa da
Bete – homenageando rimas geniais” ou a finada “Discografias” – caras, pude
pegar muita música legal ali!)... Lembro daquele recurso que deixou muita gente
com o cu na mão (quando o Orkut começou a dizer quem visitou seu perfil)...
E lembro que quando eu desisti de dar valor ao Orkut: foi
durante uma discussão em um fórum de professores, onde os assuntos giravam em
torno de greve, democracia, essas coisas... e aí veio um infeliz e com a sua
fala quis dizer que a democracia se resumia ao processo de “ditadura da maioria”
– isto é, uma vez com a decisão tomada democraticamente (DEMOCRACIA=VOTAÇÃO –
já discuti sobre isso em outro post), não era possível voltar atrás. Era
preciso aceitar, e pronto. Aquilo me magoou profundamente, porque eu já estava
trabalhando na rede como professora e sou formada em Filosofia. Então, além de me
ferir no argumento da autoridade (no caso, da falta do reconhecimento de que eu
possuía meios mais... seguros, cientificamente falando, para não reforçar o estereótipo
do senso comum para o conceito de democracia), a pessoa sequer demonstrou
interesse em fazer uma discussão mais profunda sobre isso. A ideia que aquele “”debate””
me passou era justamente a de que democracia é a ditadura da maioria – no sentido
mais profundo da prática ditatorial mesmo. Então, seguindo a linha que me foi
imposta (rs...), me afastei da discussão. [Lembro que o que estava em jogo era
justamente o debate sobre as decisões tomadas em assembleia – logo, uma vez a
decisão tomada, N-A-D-A iria fazer com que alguma coisa pudesse mudar aquela
decisão. TÃN-TÃN-TÃAAAAAAAAAN!] E foi isso, não voltei mais ao Orkut.
Na verdade a culpa nem foi do próprio Orkut. Naquela época ele já estava muito sem graça
mesmo.
Bom, já foi tarde. Exceto pela minha irmã que jogou Colheita
Feliz até o último dia – sério – não sei de mais ninguém que realmente usava o
site. Não havia motivos pra manter aquele elefante branco ali.
Ah, e a tal experiência no fórum de professores me ensinou
uma coisa: a NÃO debater em redes sociais. É claro que não me impediu de fazer
novamente, mas em escala menor. Hoje em dia, tenho muita preguiça de começar um
debate novo no Facebook, pois sei que
o que as pessoas querem é imposição de afirmações, e não discutir de verdade
(no sentido saudável da coisa, mesmo). :D
Obrigada, Orkut!
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