Dando pitacos!

Porque todo mundo tem algo a dizer sobre tudo. Só não somos convidados sempre...
E a estrela Intrometida existe mesmo!

sábado, 22 de março de 2014

Walter Benjamin tem razão

De vez em quando eu sou obrigada a participar de uns fóruns de internet (não vou falar qual é, mas a palavra "obrigada" é no sentido de "forçada" mesmo). Se eu não participo, não ganho dinheiro. Um dia não vou precisar mais disso, mas vivo em tempo de vacas magras, não vou recusar dinheiro. Aí vem a "melô da prostituta": "Debora, você se prostituiría se precisasse de dinheiro?" A resposta: "Ok, eu já vendo minha força de trabalho, minha juventude e energia diariamente, então não acho que a atividade de alguém que disponibiliza seu corpo pra satisfazer outras pessoas seja muito diferente disso, então... sim." (isso é papo pra outro post)

Enfim, tive que pesquisar umas coisas pra fazer essa atividade e dei de cara com a reprodução, em 360º, da famosa Capela Sistina, no Vaticano. Eu nunca estive na Itália, dizem que o Vaticano é realmente muito bonito, mas depois que vi isso... hum... talvez eu mude de roteiro.
 
Acontece também que eu pensei muito em Walter Benjamin. Sempre ele, me perseguindo, me fazendo pensar sem parar na questão da reprodução técnica. Imagino que ele ficaria muito contente ao sabe que o Metropolitan Museum of Art compartilha mais de 300 livros pra download. Ok, estão em inglês, mas cê tem noção do que isso significa? Sabe quanto custa uma cópia de algum desses livros? Não vou nem falar sobre ir até a Itália, pra ir no Vaticano, enfrentar fila (sim, classe mérdia, na Europa tem fila, qualquer coisa com muito apelo vai ter fila em qualquer lugar do mundo). Enfim, acho que o Benjamin estaria vibrando ("vibrar" é uma palavra muito forte pra ele, mas tudo bem... rs...) com essa situação.
 
Mas fico pensando: vale a pena o virtual? E a experiência estética vai ficar no âmbito fechado por aqueles que detém os meios para realizá-la?
Bom, pelo menos há algumas iniciativas: o CCBB RJ vai fazer, em maio, uma mega exposição com algumas obras de Salvador Dalí, com direito a uma instalação. Se Maomé não vai até a montanha...

Aproveito e deixo aqui uns links. Divirta-se:

Open Library: https://openlibrary.org/subjects/accessible_book

Biblioteca da USP: http://www.bbm.usp.br/
 
 
 
... ai, gente, Tio Google que tudo vê tá aí! Dá uma olhada. ;)
Beijocas
 

domingo, 16 de março de 2014

Pitaquinhos sobre carnaval

Sim, o carnaval já acabou faz tempo, estamos próximos do segundo feriadão do ano (falando nisso, 2014 vai passar num pulo!), mas eu não poderia deixar de falar sobre isso, até porque o legal de um blog não é só falar sobre os assuntos do "momento", mas sim poder desenterrar qualquer coisa a qualquer momento.
 
Enfim, carnaval. Esse troço me persegue. Boa parte da minha família se anima como se não houvesse amanhã pra isso. É compreensível. Ainda mais por morar no Rio de Janeiro (affêeee!), que está parando cada vez mais cedo pra folia de Momo. Vejam bem: até ano passado, não havia ponto facultativo no último dia útil antes do fim de semana que antecede o feriado. Esse ano o governo do Estado decidiu aceitar o inevitável. Ok, era impossível trabalhar na sexta, mas... Enfim, já na quinta-feira tinha um povo se coçando pra começar os festejos, que já rolavam desde meados de fevereiro, aos finais de semana, deixando todo mundo com a ansiedade a mil.
 
Já devo ter comentado aqui que não sou muito fã de blocos de carnaval. Eu ia muito ao Bola Preta, tinha uma época que a moda era o povo viajar pra região dos lagos, correr atrás do trio ao som de axé music, então era perfeitamente possível curtir o Bola. De repente, do nada, redescobriram os blocos, especialmente o Bola, que anda tentando bater recordes de público. Quando isso aconteceu, parei de ir. Até porque ficou humanamente impossível. Fui ao Monobloco uma vez. Uma única vez foi o suficiente pra eu NUNCA MAIS VOLTAR. Sério. Porque como o Monobloco desfila (??) no domingo pós carnaval (!?!?), eles conseguem juntar a galera que viajou e voltou com o povo que ainda não foi e com aqueles que vão ficar e mais quem já está. Não dá, cara. It's too much. Esse ano inventaram 10309430942043 novos blocos, independentes da prefeitura, só pra desafogar um pouquinho e pentelhar o prefeito, que cai sempre na pilha. Não adianta. Ano que vem, a galera que foge da muvuca vai encontrar esses blocos, e...
 
Aí só resta ficar procurando alternativas off. Ano passado fui no excelente Lavradio Jazz Festival. Esse ano, voltei lá. Eu e um monte de gente. Sério, saiu gente do bueiro pro festival, todos os preços triplicaram. Não dava pra andar na rua do Lavradio, que já é estreita. Não dava pra sentar pra almoçar. Fila de espera gigante. Eu não sei o que dá na cabeça das pessoas pra fazer um evento off carnaval com todas as características de um evento de carnaval, com exceção da música. Eu não entendo. Outra coisa: lembram quando ir ao cinema durante o carnaval era até perigoso, porque era tão vazio? Isso não existe mais. Cinemas cheios, como um feriado qualquer. Mas, paciência, carnaval no Rio é isso aí.
 
Então, bora ver os desfiles? E quando liga a tv... affêeeeeee. Não aguentei o festival de mesmices, seja ouvindo os sambas-enredo (incrível como eles soam todos iguais), ou mesmo analisando os enredos, que são tão úteis à sociedade quanto uma tese de doutorado em Filosofia sobre a estética da cueca de Aristóteles. Pra não dizer que eu fui muito injusta com as escolas de samba do grupo especial do Rio (como se meu chilique fosse importante pra alguém), até cheguei a ver o Salgueiro. Mas depois de saber que o enredo era sobre a Mãe Terra e que só na fantasia da porta-bandeira tinha umas 10.000 penas de faisão, desisti. Era incoerência demais. Não dá, cara. 
Aí o Paulo Barros ganhou o campeonato. Ok. Um colega de faculdade que é super ligado em carnaval (sério) escreveu que não gostou muito de mais uma vitória da escola dele, porque o que ele faz é "entretenimento", que os desfiles dele não possuem a essência do carnaval e blábláblá. Eu achei a crítica dele um pouco descabida. Como assim a prefeitura investe milhões no sambódromo, a secretaria do turismo vende pesadamente a imagem do Rio e do Brasil como O local pra se curtir o carnaval, cria-se toda uma indústria a ponto de erguerem um complexo chamado "Cidade do Samba" pra...........? Abrir o pensamento é que não é, né? Cara, é diversão, ora! É pra distrair! É show, ora bolas! Eu também não gosto disso, acho que os desfiles se tornam um instrumento usado muito porcamente quando pensamos na profundidade dos temas, mas... é o que tem pra hoje, caracoles!
 
Enfim, passar o carnaval também é uma boa oportunidade pra juntar aquelas pessoas que também não curtem tanto a folia. Cadê que consegui reunir todo mundo numa mesma direção? Cada um foi pra um canto ou então tinha um/a cônjuge, parceiro (a), ou qualquer coisa assim que "só quer ir em um bloco, mas já te ligo..." E nunca mais foi visto novamente (rs...). Carioca tem um problema sério de comunicação, que vai além do "vamos marcar!": é o realizar. É foda, admito, não sei o que acontece. A cada ano que passa fica pior. Só consegui encontrar grupos isoladamente, e naquelas condições bizarras do Rio: chopp caro, péssimo atendimento, insistência na temática "carnavalesca", metrô cheio de gente transloucada...    
 
Bom, a única conclusão que tirei desse carnaval é... preciso juntar dinheiro pra me mandar daqui ano que vem. Oremos.
 
Beijocas e pipocas.
 
Obs: Feliz 2014! :D     
 
 
 
   

quarta-feira, 5 de março de 2014

Oscar!

Não faz nem uma semana que toda a agitação que foi programada por um ano aconteceu...
Vou começar pelo Oscar, que rolou no último domingo, dia 02 de março, no meio de nosso carnaval, enquanto nossas estrelas desfilavam na Sapucaí. Fico devendo um outro post sobre o nosso carnaval.

Enquanto espetáculo de televisão, a cerimônia do Oscar foi bem... sonolenta... Não saberia o que fazer para tentar melhorar aquilo. Tanta tradição, tanto glamour, e ainda assim, um saco de chatice. Eu sei que colocar a Ellen era melhor do que deixar o Seth MacFarlane (gosto de sua forma de fazer humor, mas não combina com a premiação), mas tudo ainda era muito chato. Até os vestidos, que eram certeza de diversão, não conseguiram me empolgar. Todo mundo querendo acertar, aí rolou uma zona de conforto geral. Os homens ousaram mais com as roupas. Custei a aceitar o "Maconarrei" com aquela sobreposição, mas no fim eu já estava acostumada. O difícil mesmo foi engolir o Leto - não gosto de roupa branca em homens, e a gravata vermelha me fez pensar no desfile do Salgueiro. Mas, ok, vamos ver os que valeram a pena, na minha opinião:


Então, a ousadia de McConaughey que falei. Não sei como ele montou esse terno, mas não ficou tão ruim. Chamo atenção pra Camila Alves, chiquéeeeeeeeeeeeerrrrrrima, mais do que elegante. Tipo Oscar. Amei. E ela é pé quente, ao contrário da sua colega modelo (aquela que acompanhou o DiCaprio, a Bündchen). rs...


 Eu. Quero. Ser. Sua. Amiga. Pra. Sempre.
Já te adicionei no Facebook, Lupita!
Me ligaaaaaaa!



 Se um dia eu ficar grávida (cof, cof!), quero ter o bom gosto da Olivia Wilde. Não quero fazer com a Kerry Washington, que pegou um lençol e um grampo de cabelo. Sério, acho essa mulher linda, mas como ela tá feia nessa roupa, meu deus...



Anne Hathaway cegou todo mundo com esse vestido na hora que foi apresentar esse prêmio. E parece que são anéis de latinha de refrigerante, pfv...



Blá blá blá, Lawrence caiu novamente, blá blá blá, ela usou Dior... e tal.
 


Linda, linda, linda... Cate Blanchett, como sempre, perfeita.
 


Ameeeeeeeeeeeeei Charlize Theron! É um tomara-que-caia que engana, porque tem alça. Hahahahahahaha!


Em relação aos prêmios: rolou uma distribuição pra não deixar nenhuma das produções mais importantes da temporada de fora. Quer dizer, "O Lobo de Wall Street" ficou chupando dedo, mas é porque tem, na produção e no elenco, o Leonardo DiCaprio, o cara mais azarado de Hollywood. (hahahahaha) Sério, tenho muita pena do DiCaprio, coitado. Ele vai ter que dar uma de Brad Pitt, que já fez milhares de filmes com excelentes atuações, mas só pegou o careca dourado e levou pra casa porque estava no time de produtores de "12 anos de Escravidão". E muitos outros atores vão perceber que o negócio é produzir mesmo, que é o que dá um status mais legal (vide George Clooney, Ben Affleck e cia), então...
Mudando um pouco de assunto, eu assisti "Gravidade", "12 Anos de Escravidão" e "Clube de Compras Dallas". Não me interessei pelos outros filmes. Pelo visto, fiz bem. "Trapaça" não tinha uma trama muito chamativa, não vou muito com a cara da Jennifer Lawrence (vi outro dia "O Lado Bom da Vida" e não achei NADA na atuação dela) e sempre vou me lembrar da Amy Adams como "a garota do Encantada" e de "Segundas Intenções 2" (huahauhauhauahuahuahauahuahauhauahuahuahauhauahauha... ai, ai...). Nunca vi nada dela que me tira o fôlego. Então, nada de "Trapaça". E vou esperar pra ver os outros na tv. Enfim, falando dos filmes que eu já vi, o melhor na minha opinião foi o "Clube de Compras Dallas". O melhor dentre os três, mas não o melhor da minha vida. "Gravidade" é belíssimo (sério), justifica o alto valor do ingresso pra ver em 3D, foi a primeira vez na minha vida que vi um filme em 3D que valia a pena, certamente em DVD vai ser algo brochante, mas mesmo assim vou querer comprar. Não pela Sandra Bullock, não. A atuação dela é muito fraquinha. Eu achei que, pra alguém que está pra ficar vagando pelo espaço pelo resto de seus "dias", ela está muito "controlada". Não me emocionou, nadinha. Não chega a estragar o filme, mas acho que outra atriz faria bem melhor. Não sei qual. Mas outra mulher.
Achei muito foda a competição de ator coadjuvante. Leto estava realmente muito bom em "Dallas", mas o Fassbender também não era de se jogar fora em "12 Anos...". Não vi "Capitão Phillips", não posso dizer muito sobre o Barkhad Abdi, mas acredito que, por ser o primeiro trabalho dele, tudo deve ter rolado muito intuitivamente, o que é legal, mas numa competição do tipo Oscar, não rola. Uma pena, porque essa categoria já foi bem insossa noutros tempos. Tomara que ele consiga outros trabalhos, porque parece que a coisa não está boa...

Penso em falar mais especificamente sobre os filmes em outra oportunidade, mas pelo menos consegui dar uma pincelada sobre o Oscar desse ano! Aeeewwww!

Beijocas e pipocas.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

E a melhor trama é ao vivo...

O cinema sempre me proporcionou um rico material para reflexão. É a partir dessa premissa que decidi montar uma pequena caravana para assistir ao filme "12 anos de escravidão". Achei que seria o filme da minha vida, ou algo do tipo. Me enganei completamente.

Lá pro meio do filme, uma galera começou a discutir. Motivo: um fulano estava falando sem parar durante toda a projeção. Um outro cara ficou puto, os dois começaram a berrar entre eles. Levantaram. Rolou ameaça. Todo mundo ficou prestando atenção. O filme parou. Alguém berrou dizendo que ia chamar a polícia. Não sei quem disse que conhecia alguém que era delegado (!!!). Alguém disse que ia matar alguém. O segurança chegou. Respirou fundo. Todos ficaram um pouco mais calmos. A luz apagou novamente. O filme voltou para um trecho onde todos ainda estavam vidrados. Tempos depois, a polícia chega. O filme para novamente. Os envolvidos na confusão são convidados a sair da sala. O filme volta a ser exibido. Surreal.

Às vezes preciso me lembrar que ainda vivo no século XXI. Aí eu penso em Adorno e em sua discussão sobre a Razão Iluminista. Sua conclusão é mais ou menos assim: somos fodões em tecnologia. A ciência nunca avançou tanto. Produzimos feito loucos. Dominamos a natureza, finalmente! Mas ainda assim, aceitamos tranquilamente coisas do tipo: amarrar pessoas sem roupas ao poste, a perpetuação da miséria, o descontrole social... essas bizarrices. Sua crítica, Adorno, nunca esteve tão atual... (exceto pelo Jazz, mas isso é papo pra outra hora.)

Faz um tempo que contei aqui uma situação que aconteceu numa boate do Rio. O que aconteceu no cinema conseguiu superar este episódio. Fico imaginando se alguém estivesse armado assistindo o filme. Volta e meia escuto uma história de alguém que morre por causa de uma discussão boba. Não foi o caso, por sorte. 

Curiosamente, a discussão base do filme é a questão da igualdade racial. Pega justamente essa ideia de que somos iguais, somos seres humanos. Esse tipo de conflito - o preconceito racial (posso usar o social também) - não deve ter espaço em uma sociedade. No contexto da história, já existiam os ideais de "liberdade, igualdade e fraternidade". Esses mesmos ideais que jogaram no lixo durante a exibição do filme. "Foda-se! EU QUERO O MEU BEM ESTAAAAAAAAAARRRRRRR!!", mesmo que isso gere uma contradição idiota: de defender o silêncio na sala de cinema aos berros. Não sei no que isso difere do senhor e da senhora da casa grande, que reconhece que há algo de errado na relação com o escravo, mas é incapaz de fazer alguma coisa de diferente do status quo, até porque, o que interessa sempre é seu bem estar (quem viu o filme sabe de que momento eu estou falando).

Outro ponto interessante do episódio bizarro (que foi apontado pra mim depois - eu estava muito chocada com a selvageria pra perceber... rs...): as pessoas que estavam discutindo eram todas brancas. Eram 4 pessoas (dois casais), e estávamos em um cinema da zona sul do Rio. O segurante era negro. Uma outra pessoa que assistia a confusão, levantou a situação: "se os papéis fossem invertidos, o resultado seria diferente." Concordei, faz sentido. Não faz muito tempo em que um policial negro foi revistado em um supermercado porque suspeitaram dele. Detalhe: a compra já estava paga. Achei a situação engraçada. Na verdade, mais do que engraçada. Mas, voltando ao caso do cinema, acho que aconteceria algo bem parecido com eles se fosse ao contrário. Faz sentido. Volto a pensar em Adorno. A reflexão dele faz sentido. Mas nada continua fazendo sentido na vida prática.

Depois que o filme acabou, não fiquei pensando na história. Na verdade, nem achei que era tudo isso, mas isso é discussão pra outro dia. Fiquei pensando na confusão, na ausência da razão. 

Que desânimo.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O racismo não verbal de cada dia...

É sempre assim: "não sou racista, mas..." ou "não sou racista! Eu tenho até amigos negros!..." e também: "é claro que deixaria minha filha namorar um negro, claro!"
 
Não parece, amiguinho, mas você está sendo racista sim.
 
No Brasil rola um fenômeno engraçado: é um país enorrrrrme, gigante, e recebemos a mistura de todas as partes do mundo, fazendo com que o resultado seja qualquer coisa, mas sempre surpreendente. Não é homogêneo, cada um aqui é único mesmo. Então, perto de todo o resto do mundo, nós muitas vezes não percebemos isso, achamos que é fácil fazer parte de um grupo, gerando assim algumas pequenas incoerências. Apesar disso, muitas vezes temos a necessidade de fazer A definição. Aquela que a gente abraça, que se conecta, que se aceita. Logo, em uma discussão sobre "preto-branco", sempre me coloquei como negra, desde que passei a me entender por gente.


Ainda assim, eu mesma já fui chamada de "moreninha", "bombom" (odeio esse!), "índia", e "ô neguinhaaaaaaa..." (com uma voz fofa - uma prima minha, quando era bem pequena, me chamava assim. Me sufocava de amor, tipo a "Felícia" do "Tiny Toons", rs...). Mas negra, NEGRA, nunca. Nunca entendi o critério. Não sei se é por causa do cabelo, o nariz, a boca. Não sei mesmo. Uma vez, viajei para Buenos Aires. Em 1 semana por lá, se vi 5 negros, contando comigo, foi muito. Um dia, conversando com um funcionário do hotel, ele tentou descrever sua esposa. Não usou nenhuma palavra parecida como "negra". Disse que a cor dela era parecida com a minha. E só. Achei curioso. 
 
Um ano depois, viajei para Lisboa. Ainda no aeroporto, fiquei mais de 1 hora na longa fila pra imigração: vários voos chegaram juntos, e muitos com conexão. Pacientemente, fiquei esperando. Reparei que muitas pessoas vinham de outros países lusófonos e francófonos. Alguns estavam vestindo trajes especiais, mas não saberia dizer de onde eram exatamente. Eram negros, em sua grande maioria, homens e mulheres. Bom, como a fila não andava (eram poucos funcionários nos balcões de atendimento), essas pessoas foram, educadamente, pedir para passar na frente daqueles que estavam na fila. Voo com conexão é uma bosta. Estava tudo atrasado (viu classe mérdia? Aeroporto sempre é caótico!), tava todo mundo na mesma merda... Bom, eles resolveram pedir a um grupo de brasileiros, que negaram na hora. Quando os brasileiros viram o grupo ir embora, começou o blábláblá, que me deu nojo. O grupo de brasileiros estava indo para França, o voo não deveria estar muito atrasado. Muitos se gabavam de estarem seguindo as regras. "Nãaaao. Não podeeeeee. Onde já se viu?". Riam muito, e se acharam o máximo. Minutos depois, uma outra brasileira percebeu que poderia perder o seu voo para Paris, e pediu ao mesmo grupo para passar na fila. Foi atendida prontamente, foi atendida rapidamente, e ela pôde sair saltitante para o setor de embarque. Minutos depois, um funcionário gritou para os presentes na fila: "Não é para dar lugar na fila!" (Não, eles não usaram a palavra "bicha", se é o que você quer saber), e formou uma nova fila, só com pessoas que estavam perto de perderem seus voos. Nessa hora eu já estava saindo do setor, para pegar minhas bagagens e seguir meu rumo.  
 
O grande problema pra mim, nesse caso de Lisboa, não foram as barbaridades que eles falavam entre si. Isso eu já esperava. O lance foi a linguagem não-verbal. Eu vi, claramente, "aquele olhar". Aquele olhar de quem se acha superior, de quem se acha o "senhor do destino". Provavelmente o olhar não seria o mesmo dado para um grupo de norte-americanos, se a situação fosse a mesma. Como não foi para a brasileira. O olhar lançado chegou a me fazer curvar o corpo, de tão pesado. O grupo parecia que dava um esporro naquelas pessoas, "como assim!??? Não fale comigo desse jeito, abaixe esse tom de voz!" Quando vi que a outra brasileira fazendo o mesmo pedido e sendo atendida, eu fiquei com vontade de dar um escândalo (olha o lado "professora" aí... - esse lado apareceu em outros momentos da minha temporada em Portugal, mas aprendi ali a não me meter tanto no problemas dos outros, que é o contrário do que temos que fazer no Brasil.), de perguntar: "Porra, porque o outro grupo não pôde passar? Se deixar, estão indo para o mesmo lugar que a brasileira que vocês deixaram passar! Que sacanagem!"
 
Aí entra o ponto. No meu diálogo imaginário, eu poderia levantar a seguinte bola: "Não deixaram porque vocês, brancos brasileiros, são superiores?" E a reposta seria parecida com algumas frases que abrem este post, certamente. E eu ficaria com mais raiva ainda. Não estou discutindo aqui as regras locais. Não é pra passar, não é pra passar mesmo. Ninguém. Mas, passou. Pelo mesmo grupo. Fiquei pensando se fosse comigo. Olhei pra mim mesma: eu vestia um jeans, all star nos pés, camisa rosa, casaco rosa pink, aparelho nos dentes, uma trança no cabelo amassado, cara de sono (porra, 10 horas num avião é foda...), viajando sozinha. Como eu seria julgada e classificada? Bombom? Moreninha? Eles "me deixariam" passar? Seria muita ousadia minha pedir?
 
Pensei naquela hora: não importava o quanto eu tinha de dinheiro em mãos. Se eu já tinha feito curso superior, se eu era especialista em arte e filosofia. Se eu era funcionária pública. Se sabia falar inglês o suficiente para me virar sozinha. Se já tinha estudado piano. Não importa nada disso. Os primeiros que pediram para passar a frente estavam vestindo roupas que pareciam ser muito específicas de alguma cultura. E o olhar dado pelos brasileiros ao grupo não foi nada amigável, mesmo assim.
 
O que importa é o primeiro contato visual. O que eu li neles foi: "VOCÊ não deve estar aqui. Fica no teu lugar." E pensando nisso agora, eu fico imaginando como eu seria vista em qualquer shopping onde marcaram ou rolou algum rolezinho. Ou se eu tivesse que morar em alguns lugares do Brasil, fora do sudeste.
 
O que mais me revolta nisso tudo é a falta de coragem de muitos para admitir. O Brasil é racista sim. A diferença é que ninguém fala. Vivemos exaltando nossas diversas raízes culturais por aí, mas na primeira oportunidade a máscara cai. E na maioria das vezes, é na linguagem não-verbal. Como no caso do jogador de futebol Tinga, que outro dia mesmo foi insultado no Peru. Ninguém gritou "preto nojento", mas fazer sons e imitar macacos têm o mesmo efeito. Curiosamente, Deco, ex jogador, não achou que o caso foi racista. Cito o Deco aqui não porque ele é meio português, mas sim porque sua postura foi a mesma de muitos brasileiros quando aparece alguma situação de racismo. Dizem para si e para os outros: "não é bem assim", "não foi isso que ele quis dizer", "não deve levar tão a sério". 
 
É nessa brincadeira de "não levar tão a sério" que vamos naturalizando muita coisa que já deveríamos ter superado. ¬¬
 
Beijocas e pipocas.
 
obs: Não, não rolou nenhum caso de racismo comigo, ok? Curiosamente, em Lisboa, tinha gente jurando de pé junto que eu era indiana. Vai entender...  
 
 
 
            



domingo, 2 de fevereiro de 2014

Pitaquinhos*

*Comentários rápidos, aperitivos.
 
O cara pagou do próprio bolso a produção e o lançamento de um filme seu pra exibir aos americanos.
O que me deixa triste é que na primeira oportunidade, ao voltar pro Brasil (se voltar), o cara vai inscrever o projeto na lei Rouanet, conseguir todos os patrocinadores possíveis, terá a distribuição da Globo Filmes, e ainda vai chorar quando ficar sabendo que o filme só deu 500 mil espectadores. Nessas horas eu concordo com Antônio Fagundes: "precisamos sair do círculo vicioso do patrocínio." Sou a favor de todo mundo que tem a possibilidade de bancar parte ou todo o projeto cinematográfico, que o faça. Não dá pra ficar sustentando "Até que a sorte nos separe" 30, "De pernas pro ar" 15, "Xuxa e...????" pra sempre. Vamos diversificar, gente. Por favor.
 
2) Grammy Awards: os principais artistas vencedores na premiação semana passada não são americanos!
Se o prêmio foi criado pela indústria musical americana para se auto premiar, é meio chato ter como vencedores de "Música do ano", "Gravação do ano" e "Álbum do ano" uma galera estrangeira na comissão de frente... ok, as gravadoras são multinacionais, etc, etc. Mas, mesmo assim. É feião. #botandopilha
xD
 
3) Beijo gay em "Amor à Vida":
Aeeeew!!!! Que legal!! Finalmente!!!
Achei muito fofo!
Mas minha maior preocupação é: o SEGUNDO beijo gay. Tem que ser tão bom quanto o primeiro. Um pouquinho mais molhado, mas tão fofo quanto o primeiro. ;)    

 
 
 
4) Cursinho online de graça, quem não quer? A USP está ministrando os cursos online e, segundo o post da Biblioteca Florestan Fernandes, eles tem a mesma qualidade dos cursos presenciais de nível superior. Dá uma olhada lá, conhecimento é sempre bom. :) http://www.veduca.com.br/
 
Beijos, queridos, até a próxima! :)
 


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A fila.

Dia desses, eu estava com um grupo numa boate onde um amigo meu trabalha como bartender, no centro do Rio. (Tenho alguns amigos que trabalham nessa área, o que me fez mudar muito o meu gosto para bebidas. Mas isso é assunto pra outra hora.) Naquela ocasião, o programa de computador que gerencia o sistema interno de pagamentos deu pau. Era um sábado à noite, festa lotada, povo consumindo como se não houvesse amanhã - estamos no verão, bebemos sem parar! - e nós, já prevendo a imensa fila que se formaria ao fechamento dos trabalhos, resolvemos encerrar a noite faltando uns 20 minutos da badalada final. A fila já existia, era modesta. A casa estava contando com apenas um equipamento para fazer os pagamentos. Só nos restava a boa e velha Dona Paciência como companhia.
 
Enquanto isso, não pude deixar de notar que pequenas aglomerações estavam se formando em pedaços da fila. Pensei comigo: "não vai prestar". Eu, depois de dois anos de yoga, já estou um pouco mais acostumada a ficar com meus próprios pensamentos em uma fila: não adianta nada eu me estressar, isso não vai fazer a fila andar mais rápido (esse pensamento também vale para o uso da buzina: ficar apertando como louco não vai fazer o trânsito aliviar. Problemas não se resolvem sozinhos só porque você está com pressa). De repente, escuto pessoas gritando atrás de mim: "Não vaaaaai entrar! Você está furando a filaaaaaa".
 
Há tempos não entro em boates pra "novinhos". O lugar onde eu estava era voltado ao público de "jovens adultos" - pessoas de uns 30 anos, por aí, um pouco pra mais, um pouco pra menos - logo, era um lugar para adultos.
 
Adultos.
 
Dou uma olhadinha e vejo um bate boca entre uma mulher e um homem. Ofensas. E gritos de "Então chama o segurançaaaaaaaaaaaaa!!!!". E por algum motivo, alguma mulher chama outra de "vagabunda". E rola um princípio de puxões de cabelo. O segurança separa. Os ânimos vão acalmando. Pagamos nossa conta e fomos.
 
O que mais me chamou atenção:
1) A necessidade da intervenção de pai/ mãe na figura do "segurança".
2) A insistência em velhas práticas: furar fila.
3) A falta de respeito com o próprio sexo.
 
O que eu pensei:
1) Somos retardados. Não adianta pagar nossas contas, morar sozinho, ter ensino superior. Ainda somos incapazes de resolver nossos próprios problemas com racionalidade ou o mínimo de calma. Somos agressivos. Estamos agressivos. O legal é que todo mundo estava lá com o mesmo objetivo: pagar a conta. Brigar só faz esse objetivo demorar mais ainda.
2) Não adianta compartilhar posts no Facebook se dizendo "contra a corrupção". Sim, ainda queremos passar a perna no outro (e não vou nem contar o que o cara usou como método pra furar fila...). Sim, ainda vamos querer passar a perna no outro. É por essas e outras que não acredito em uma série de movimentos que estão aparecendo por aí: acho que são pessoas reclamando porque não conseguem "passar a perna" como antes, e não porque as coisas são injustas.
3) Em pleno século XXI, ainda somos capazes de nos auto-ofender. O "vagabunda" ou talvez o "piranha" ainda é reflexo da nossa sociedade machista, onde as mulheres são culpadas por tudo de ruim que acontece no mundo. Ninguém chamou o cara, que estava puxando o "bonde do fura-fila" de "vagabundo". Deixa isso pra mulher.
 
É triste isso. Acabar com uma noite de festa (porque se a pessoa ficou até o final, é porque, possivelmente, a coisa estava boa) por causa de uma fila.
 
Uma fila.
 
Gente exxxxperta...   

domingo, 19 de janeiro de 2014

Red Carpet

(sim, eu fiz um post super político na última vez e agora vou fazer um sobre m-o-d-a!)
 
Eu adoro premiações. De qualquer coisa. Se está passando na TV, quero ver. Gosto desse ritual social de mostrar o resultado do trabalho de alguém ou de uma equipe, que o filme ou a música é admirada não apenas pelo mercado, mas pelos próprios colegas que fazem parte deste negócio. Não ligo muito para a competição em si, isso é, não me interessa muito quem ganhou, se mereceu ou se foi garfado. Nada vai ser consenso geral sempre, e isso vale para prêmios. Mas é uma forma de estimular a produção, de jogar uma pimenta no mercado. E as contradições são muito legais. Isso é, muitas vezes uma super produção de milhões em bilheteria ganha um "fuém" dos próprios colegas, e algumas coisas super simples, de orçamento moderado, ganham um reconhecimento que vale a vida toda. Gosto de observar também o aquecimento do mercado, o que está sendo considerado como "bom", e assim realizar minhas reflexões de cunho sociológico-filosófico.
 
Enfim, lamento muito que aqui no Brasil o monopólio de certa emissora não permite essa troca. Seria muito legal ver a premiação do festival de cinema de Gramado, por exemplo, ou até o de telenovelas que algumas revistas tentam realizar (mas não vão pra frente por muito tempo). Gosto de ver as premiações de música, que estão cada vez mais bem produzidas - infelizmente, só dá pra acompanhar ao vivo a premiação do Multishow, porque a emissora que compra os direitos do Prêmio da Música Brasileira exibe o show gravado, devidamente editado, num domingo às 23h... pra ninguém ver. Sinto falta da premiação da MTV Brasil, que não tem mais "Brasil" no nome. Mas era uma coisa mais independente e sempre tinha boas surpresas.
 
Ok, mas todo show de premiação precisa do seu tapete vermelho. E quando chega janeiro, fico louca com a temporada de premiações gringa, porque junta fofoca+cinema+música+vestidoslindos, o que eu adoro! Não tenho dinheiro pra comprar um pé do sapato mostrado; não visito um salão de beleza há uns 6 meses; minhas roupas são super velhas... mas adoro olhar. A maioria dos vestidos não devem ser classificados como "obra de arte", mas tem muita coisa que olho ali e sinto que combina perfeitamente com quem está vestindo e vira algo de uma beleza sem igual.
 
E este post é pra falar de vestidos.
 
Como a temporada de prêmios acabou de começar, vou ficar com a dobradinha Golden Globe + Sag Awards (vou deixar o People's Choice de lado porque não tem tanto glamour... rs...). Semana que vem tem Grammy Awards e aí o buraco é mais fundo - vou querer discutir sobre música e não ligo tanto pro red carpet. Vou postar aqui os melhores na minha opinião, ou o que mais chamou minha atenção - não necessariamente pela beleza.
 
Golden Globe:
 
ESTE é o caso de roupa que só faz sentido nessa pessoa. Parece que roupa e modelo (atriz) estão se completando. Simples, lindo, efeito poderoso. Lupita Nyong'o mandou MUITO bem. Linda, linda, linda! Rainha poderosaaaaa!
 

Robe (Heidi Klum), Babado Novo (Paula Patton) e Toalha de rosto (Kaley Cuoco-Sweeting [mas que p**** de nome é esse que ela adotou? Eu sei que é do marido dela, mas pqp...]).
 

Zooey Deschanel. Aparentando ter 30 anos a mais, mesmo só tendo 34. E vestindo filó de festa de 15 anos como saia.
 

Cate - Muito Foda - Blanchett. O meu 2º vestido preferido desta edição do Golden Globe. Tudo bem que atacar de preto é covardia, não tem como errar, mas o vestido tem uma transparência de muito bom gosto e tem um decote lindo, que é um luxo só.
 
 
SAG Awards:
 
Lupita Nyong'o mandando muito bem novamente! Reparei que ela adora uma ousadinha - no anterior, o vestido tinha capa (o que não é pra qualquer uma). Nesse, o detalhe floral é tudo. Não precisa de colar, nada, o adereço está na própria roupa. Também parece que ela não gosta muito de misturar cores e texturas (eu também detesto!), e sabe trabalhar com o poder de seu tom de pele, além de ter um corpo impecável. EEEEE um detalhe MEGA importante: enquanto toooodas as negras celebs dos E.U.A. mandam ver na química, ela deixa seu cabelo AO NATURAL provando que dá SIM pra compor um visual belíssimo sem perder a identidade. Sim, é legal variar, mas você nunca vai ver a Queen B ou a Oprah assumindo dessa forma. Tá de parabéns, gata. #querosersuaamiga   
 

Só pra calar a boca dos críticos, Cate Blanchett resolveu vestir babador levemente inspirado no carnaval da Mangueira. Provou que é "gente como a gente".
 

Amanda Peet. Vestindo roupa de vovó.
Não sei o que essa mulher tem na cabeça.
 

Sandra Bullock. Não adianta malhar se não dá pra mostrar, certo? Aí ela mostrou.
Então, achei a fenda agressiva demais. A cor é bacana, mas quase não dá prestar atenção no laço (meu namorado disse que o laço tá "sobrando". Concordo). E como não tem muito detalhe no vestido, por muito pouco ela não conseguiu o efeito Jennifer Lawrence no Golden Globe.
 
 

Anna Chlumsky.
Ela não tá vestindo nada de extraordinário não. Só coloquei aqui porque ela é a garotinha do "Meu Primeiro Amor".
 
 
E por hoje é só, pessoal! :)

 
 
     

sábado, 11 de janeiro de 2014

Pitacos pitacando novamente em 2014!

AEEEEWWWWWW!!
Feliz ano novo! Feliz 2014!!!
Estou desde 2011 sem dar uma olhadinha no blog. Mas 2011 foi um ano muito difícil, de muito trabalho... 2012 e 2013 também, embora um bocado mais leve, foi só pedreira. Mas foram tantas coisas... sério...
Aos poucos vou atualizando vocês.
 
O irônico é que muitas postagens ainda são atuais. Tem postagens sobre a greve dos professores de 2011, por exemplo, que poderiam ser perfeitamente repostadas (essa palavra existe?), com pequenos detalhes novos. (Sim, eu estive na rua em 2013 em alguns momentos, mas deixo pra pitacar sobre isso depois) Triste, não?
 
Nesse meio tempo, o Facebook virou um monstro no maior estilo "ame-ou-deixe"; nunca as formas de comunicação virtuais foram tão testadas no sudeste do Brasil! E a privacidade na rede, então? Meldeuz, vivemos outros tempos, com problemas velhos convivendo numa boa com questões novas. O problema é que não conseguimos resolver nem o velho, muito menos o novo!
 
A cara de pau dos políticos está cada vez mais evidente (#eleições2014 #empolgada); o que foram as "Jornadas de Junho", então? O que será que vai surgir daí? Será que poderemos fazer novamente? E as formas de repressão extremas, que antes ficavam restritas ao gueto, ganharam as ruas, atingindo uma classe média que, até pouco tempo, permanecia no campo do inatingível. Eles sentiram na pele, não gostaram. Será que vão voltar a lutar?
 
E a Copa do Mundo!!!!!! Tá chegando!!! hahahahahahaha! #semcomentários #vamosver2014
 
O Brasil produzindo muito em cultura, investindo muito, mas o dinheiro não chega... Peraê, porque a Claudia Milk consegue captar tudo via lei Rouanet e eu não? Hummmm... tem caroço nesse angu!!!!
 
E a Barca levando tanta gente boa da música, my people? O que vai sobrar pra nós, mortais, na música brasileira?
 
E o carnaval tá chegando aeeeeeee!
 
Ai, ai, tanta coisa. Dá até pra entender o motivo de não ter tocado no blog durante tanto tempo. Ou não, porque foram muitos assuntos que precisaram de uma posição pública, e eu não fiz. Tudo bem, 2014 vai render.
 
O bom foi que não deixei o blog morrer! Isso é, não deletei, ele ficou paradinho, esperando minha volta. E essa volta aconteceu.
E assim como promessa de ano-novo, me comprometo a tentar manter o Pitacos mais atual possível, sempre com muita crítica e humor. Espero voltar a contribuir com outros pontos de vista nas questões de vocês.
 
;)