Dando pitacos!

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domingo, 16 de março de 2014

Pitaquinhos sobre carnaval

Sim, o carnaval já acabou faz tempo, estamos próximos do segundo feriadão do ano (falando nisso, 2014 vai passar num pulo!), mas eu não poderia deixar de falar sobre isso, até porque o legal de um blog não é só falar sobre os assuntos do "momento", mas sim poder desenterrar qualquer coisa a qualquer momento.
 
Enfim, carnaval. Esse troço me persegue. Boa parte da minha família se anima como se não houvesse amanhã pra isso. É compreensível. Ainda mais por morar no Rio de Janeiro (affêeee!), que está parando cada vez mais cedo pra folia de Momo. Vejam bem: até ano passado, não havia ponto facultativo no último dia útil antes do fim de semana que antecede o feriado. Esse ano o governo do Estado decidiu aceitar o inevitável. Ok, era impossível trabalhar na sexta, mas... Enfim, já na quinta-feira tinha um povo se coçando pra começar os festejos, que já rolavam desde meados de fevereiro, aos finais de semana, deixando todo mundo com a ansiedade a mil.
 
Já devo ter comentado aqui que não sou muito fã de blocos de carnaval. Eu ia muito ao Bola Preta, tinha uma época que a moda era o povo viajar pra região dos lagos, correr atrás do trio ao som de axé music, então era perfeitamente possível curtir o Bola. De repente, do nada, redescobriram os blocos, especialmente o Bola, que anda tentando bater recordes de público. Quando isso aconteceu, parei de ir. Até porque ficou humanamente impossível. Fui ao Monobloco uma vez. Uma única vez foi o suficiente pra eu NUNCA MAIS VOLTAR. Sério. Porque como o Monobloco desfila (??) no domingo pós carnaval (!?!?), eles conseguem juntar a galera que viajou e voltou com o povo que ainda não foi e com aqueles que vão ficar e mais quem já está. Não dá, cara. It's too much. Esse ano inventaram 10309430942043 novos blocos, independentes da prefeitura, só pra desafogar um pouquinho e pentelhar o prefeito, que cai sempre na pilha. Não adianta. Ano que vem, a galera que foge da muvuca vai encontrar esses blocos, e...
 
Aí só resta ficar procurando alternativas off. Ano passado fui no excelente Lavradio Jazz Festival. Esse ano, voltei lá. Eu e um monte de gente. Sério, saiu gente do bueiro pro festival, todos os preços triplicaram. Não dava pra andar na rua do Lavradio, que já é estreita. Não dava pra sentar pra almoçar. Fila de espera gigante. Eu não sei o que dá na cabeça das pessoas pra fazer um evento off carnaval com todas as características de um evento de carnaval, com exceção da música. Eu não entendo. Outra coisa: lembram quando ir ao cinema durante o carnaval era até perigoso, porque era tão vazio? Isso não existe mais. Cinemas cheios, como um feriado qualquer. Mas, paciência, carnaval no Rio é isso aí.
 
Então, bora ver os desfiles? E quando liga a tv... affêeeeeee. Não aguentei o festival de mesmices, seja ouvindo os sambas-enredo (incrível como eles soam todos iguais), ou mesmo analisando os enredos, que são tão úteis à sociedade quanto uma tese de doutorado em Filosofia sobre a estética da cueca de Aristóteles. Pra não dizer que eu fui muito injusta com as escolas de samba do grupo especial do Rio (como se meu chilique fosse importante pra alguém), até cheguei a ver o Salgueiro. Mas depois de saber que o enredo era sobre a Mãe Terra e que só na fantasia da porta-bandeira tinha umas 10.000 penas de faisão, desisti. Era incoerência demais. Não dá, cara. 
Aí o Paulo Barros ganhou o campeonato. Ok. Um colega de faculdade que é super ligado em carnaval (sério) escreveu que não gostou muito de mais uma vitória da escola dele, porque o que ele faz é "entretenimento", que os desfiles dele não possuem a essência do carnaval e blábláblá. Eu achei a crítica dele um pouco descabida. Como assim a prefeitura investe milhões no sambódromo, a secretaria do turismo vende pesadamente a imagem do Rio e do Brasil como O local pra se curtir o carnaval, cria-se toda uma indústria a ponto de erguerem um complexo chamado "Cidade do Samba" pra...........? Abrir o pensamento é que não é, né? Cara, é diversão, ora! É pra distrair! É show, ora bolas! Eu também não gosto disso, acho que os desfiles se tornam um instrumento usado muito porcamente quando pensamos na profundidade dos temas, mas... é o que tem pra hoje, caracoles!
 
Enfim, passar o carnaval também é uma boa oportunidade pra juntar aquelas pessoas que também não curtem tanto a folia. Cadê que consegui reunir todo mundo numa mesma direção? Cada um foi pra um canto ou então tinha um/a cônjuge, parceiro (a), ou qualquer coisa assim que "só quer ir em um bloco, mas já te ligo..." E nunca mais foi visto novamente (rs...). Carioca tem um problema sério de comunicação, que vai além do "vamos marcar!": é o realizar. É foda, admito, não sei o que acontece. A cada ano que passa fica pior. Só consegui encontrar grupos isoladamente, e naquelas condições bizarras do Rio: chopp caro, péssimo atendimento, insistência na temática "carnavalesca", metrô cheio de gente transloucada...    
 
Bom, a única conclusão que tirei desse carnaval é... preciso juntar dinheiro pra me mandar daqui ano que vem. Oremos.
 
Beijocas e pipocas.
 
Obs: Feliz 2014! :D     
 
 
 
   

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