Dando pitacos!

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E a estrela Intrometida existe mesmo!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sem educação

Neste último domingo (dia 31), fui assistir aos shows do 9º Bourbon Street Fest, edição que aconteceu no Arpoador, Rio. Por conta da [minha] confusão de horários, acabei chegando no meio do show do trombonista Delfeayo Marsalis (o 3º da noite). Só me restou aproveitar o som antes de ouvir as divas do New Orleans Ladies of Soul. Quer dizer, tentar aproveitar o som...

Não posso dizer ser a banda que acompanha o trombonista me agradou ou não. Não por alguma questão técnica (ah, sim, a parte técnica não estava grandes coisas, mas isso são problemas até "normais" de um show ao ar livre), mas sim porque as pessoas em volta não paravam de falar. Sério. Estavam tagarelando muito. E não somente isso: faziam qualquer outra coisa, qualquer uma, menos prestar atenção no show.

É isso mesmo, colegas. Uma banda de jazz contemporâneo vinda de New Orleans, tocando ao vivo, serviu de música de fundo pra bate-papo, som ambiente. 

Pensei: "o show é em um parque ao lado da praia, então porque essas pessoas que não se interessam não andam para o calçadão e vão debater suas vidas por lá?" A resposta, meus caros, é simples. Não vão fazer isso porque precisam comprovar que estiveram no evento, mesmo que não gostem necessariamente do som. E, vamos combinar, se o jazz ou qualquer vertente da música negra norte americana, cubana, ou jamaicana, ou de onde fosse, chamasse tanto público assim, músicos dariam mais pinta por aqui, e nós veríamos mais a influência disso na nossa música, por exemplo. Eventos como o Bourbon Street Fest são uma ajuda para popularizar o ritmo, ao mesmo tempo, mostrar novas caras, mas não dá pra fazer nada disso quando há um público que, na sua maioria, não liga!

E aí entro na questão dos eventos gratuitos ou pagos. Ou você seleciona, mesmo correndo o risco do evento não ser sucesso de público, ou você deixa qualquer um aparecer e ignorar completamente o que está acontecendo. Eu amo eventos de graça, mas assim fica difícil... Vejam bem, não estou defendendo os preços abusivos para shows no Rio de Janeiro (um dos lugares mais caros do mundo para se viver); a "vida cultural" aqui é muito cara, mesmo com "ingressos a preços populares" (leia-se: R$20 em diante). Acaba que o melhor fica concentrado no mesmo grupo de pessoas. Ver um show de qualquer coisa aqui (dependendo de que "qualquer coisa" é essa) é uma corrida contra o tempo: ou você fica acordado e torce para o site da organização do evento não travar na hora da sua compra, ou você nem tenta (que é o meu caso). Portanto, eu fico sempre feliz quando vejo que tem eventos de qualidade que são oferecidos de graça. Porém, quando isso acontece, vão os interessados e os não interessados. O que me incomoda são aqueles que vão sem estar lá! Devem pensar o seguinte: "Hummmm... é um evento com estrangeiros, de graça... vai ter jazz, soul... não quero escutar isso em casa, mas jazz é muito chique. Pronto, eu vou". Só pode ser! Só isso explicaria um comportamento tão triste!

Voltando ao momento do show, o que eu fiz? Bem, fui seguindo em frente, até encontrar um lugar confortável onde pudesse apreciar a música sem grandes problemas. Encontrei. Mais umas duas músicas, e o show acabou. Pude ficar ainda mais confortável. Quando começou o show das Ladies of Soul, um coroa que estava animadão na grade saiu, na segunda música. Não deve ter gostado do estilo, do tipo de show. Gostei da atitude. Achei super educado.

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