Dando pitacos!

Porque todo mundo tem algo a dizer sobre tudo. Só não somos convidados sempre...
E a estrela Intrometida existe mesmo!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Pitaco sem graça

Vi "Cilada.com" e "Muita calma nessa hora" na mesma semana. Apesar do segundo filme ser o mais antigo, lembro que na época do lançamento fui com uma amiga minha tentar assistir e não conseguimos ingresso em mais de 3 cinemas. Rolou a oportunidade assistir em BluRay (falando nisso, esse é um ótimo tema pra um próximo post), então, aluguei. O motivo de juntar os dois filmes no mesmo post? É simples: os dois filmes não são tão diferentes.
Bruno Mazzeo em "Cilada.com": sempre do jeito mais fácil...

Bruno Mazzeo é da "nova geração de humoristas". Aqueles que acham legal fazer comédia stand up, mas aquele estilo im
portado, com ar de intelectual e pseudopolitizado. Nada contra o estilo da comédia. Mas, no caso do Mazzeo, vai totalmente contra a escola de comédia que o pai dele ajudou a erguer. A comédia do filho é a da língua afiada, dedo na ferida e pensamento rápido. A do pai, era mais de criação de tipos, uma coisa mais circense mesmo. Entenderam a diferença? Uma trabalha com a criação, a outra, com o simples blábláblá. É claro que o filho não inaugurou nada, mas ele é importante neste momento porque é o responsável em unir todos os comediantes (com aspas ou não) e salvar uma classe que está carente de grandes nomes, desde a decadência do Casseta e Planeta (que, ao meu ver, morreu junto com Bussunda). Bruno começou como roteirista do "Sai de Baixo" mas hoje, por ser mais jovem, conseguiu pegar o bonde onde poucos estavam andando, e se tornou um elemento de ligação indispensável.


Não, nunca vi Bruno fazendo stand up ou qualquer outra coisa antes dos filmes. Na verdade, tirando o "Cilada" (quando passava no Multishow) e o "Junto e misturado" (da Globo), eu não sabia de mais nada dele. Acho que um monte de gente também. Que bom que trabalhou em programas de sucesso. Que pena que não aprendeu nada. Mas, mesmo assim, descambou em produzir e criar roteiros de filmes que, pasmem, são sucesso absoluto de bilheteria. O primeiro, "Muita calma nessa hora", lançado em 2010, serviu de teste drive. O segundo, "Cilada.com", consolidou Bruno Mazzeo como o grande nome na comédia atual. E, olha, ele conseguiu tudo isso sozinho, tá?... [rs...]

Muita Calma Nessa Hora

As "heroínas" do fime: Lamm, Albertoni, Souza e Horta.
É o que tô chamando carinhosamente de nova versão para "Sonho de Verão". No filme da década de 90 não tem Xuxa, mas é toda a galera dela atuando. No caso, não tem o Mazzeo (na verdade, ele só faz uma ponta), mas tem todos os amigos dele. TODOS.


A história (?) gira entre quatro amigas mudando suas vidas durante um feriado em Búzios. Tita (Andréia Horta) pegou seu noivo, Vitor (Mazzeo), pulando a cerca com a Ellen Roche às vésperas de seu casamento e decide mudar radicalmente de postura; Aninha (Fernanda Souza) é indecisa, trancou de faculdade 7 vezes; Mari (Gianne Albertoni - uma das produtoras do filme) publicitária que não quer mais piranhar (é esse o esquema mesmo) e Estrella (Débora Lamm, gracinha) uma hippie que se junta ao grupo no caminho, mas seu desejo é encontrar seu pai. Tudo isso em Búzios. Pronto, essa é a história.

É sério.

Aí entra o esquema horroroso de várias piadinhas isoladas, pra dar espaço a uma peeeeenca de comediantes e/ou atores de comédia (uns bons, outros nem tanto). Lá vai a pequena lista: Lúcio Mauro Filho, Leandro Hassum, Maria Clara Gueiros, Heloísa Perissé, Sérgio Mallandro, Marcelo Tas, André Mattos, Marcos Mion, Marcelo Adnet, os cinco caras do "Hermes e Renato" (hoje com o terrível nome de "Banana Mecânica"), o incrível Luis Miranda (o "Chez Gay" foi uma sacada muito boa), Nelson Freitas... Algumas piadas funcionam, outras não, e aí o tempo vai passando... Música do Leoni, boas imagens... Pegação, gente com pouca roupa... E aí, pronto! Acabou o filme!

Não há muito o que dizer do "Muita calma nessa hora". O título
do filme é dito umas duas vezes durante a história (embora eu não tenha entendido o motivo disso), Gianne Albertoni faz uma propaganda aburdamente discarada da Embratel (tem propaganda do Spoleto e da Dominos também, o que me leva a concluir que brasileiro não sabe ser discreto...) e, sei lá! O que me revolta é que pra fazer uma bosta dessas é preciso um caminhão de dinheiro... Aff!

Cilada.com

Eu gostava muito da série. De verdade. Acho que, pro formato de televisão, fazia muito sentido as piadas rápidas, os personagen
s, e tudo o mais. Sempre gostei muito da Débora Lamm também. Mas, o filme...


A história é a seguinte. Bruno Mazzeo é um publicitário chamado Bruno (sim... muito coisa de americano, como o Charlie Sheen que se chamava "Charile" em "Two and a half men", ou o Jerry Seinfeld, que em "Seinfeld" se chamava... Jerry Seinfeld, e por aí vai), que é namorado da Fernanda (Fernanda Paes Leme - pois é, criatividade zero pra esse povo...) e coloca um galho público na amada (gente, o Bruno Mazzeo tem que ser muito bom de lábia, porque não sei de onde tiraram que ele tem potencial pra pegador!). Pra se vingar, Fernanda posta no youtube uma "transa inesquecível com Bruno", que é, literalmente, uma "rapidinha". Tão rápida que chega a ser vergonhosa. Pronto. Aí o Bruno quer dar um jeito nessa situação, já que está sendo zoado por conhecidos e desconhecidos, e tenta fazer um vídeo onde ele está mandando "super bem" pra resolver o problema. Pra isso, conta com o vídeomaker Marconha [ha-ha-ha].


Bruno traindo a Fernanda. 


Pronto, é isso. Várias piadas sobre sexo, pra chegar no "amor verdadeiro" (com direito a imitação de uma ideia presente no filme "Simplesmente amor"). O esquema é o mesmo do "Muita calma nessa hora": piadas rápidas, estrategicamente coladas pra dar dinâmica ao filme. Não sobra pra ninguém. Nem pro Serjão Loroza, que fica nu (sim, é bizarro). Esse filme tem participações especiais, mas a estrela é Mazzeo - sério, parece que o "Muita calma..." foi feito para seus amigos, e nesse ele tem que reinar sozinho. Tirando esse detalhe, é examente o mesmo esquema do filme anterior. E tudo isso ao som da (insistente) música do Lobão.

Fernanda e Bruno: ele não consegue dizer que a ama

Sabe quando você vê "O virgem de 40 anos" e depois vai assistir ao "Ligeiramente grávidos" e tem a impressão - só a impressão - de que já viu alguma coisa parecida antes? Então. É exatamente isso. E, por mais que funcione na hora (assim como o correspondente norte-americano, há momentos de boas piadas, também piadas sobre maconha e mulheres gostosas...), pensando em "valor artístico" filmes assim são completamente tristes, dispensáveis.

E, mais uma vez digo, ironicamente: viva o "novo" cinema nacional*.

*Tamo lascado. =/



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