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segunda-feira, 25 de julho de 2011

"Assalto ao Banco Central"

Sim, quando o assalto ao B.C. aconteceu, em 2005, eu achei super incrível e torci pra que virasse um filme. Só que tem um problema: quando pensamos em um filme assim, vem o padrão Hollywood na cabeça, não é? Então. O filme dirigido por Marcos Paulo (galã-ator-diretordaGlobo) peca, na minha humilde opinião, exatamente na falta de ação, tão usada em blockbusters gringos. 

O filme conta a história do maior assalto do país (e o segundo maior do mundo), em Fortaleza. Uma galera se reúne e, sem precisar dar um tiro, rouba uma bolada de uma agência do Banco Central.


Em primeiro lugar, o filme é bacana porque é baseado numa história boa. O roteiro tem bons momentos - apesar de não desenvolver bem os personagens - mas, são somente bons momentos... Na verdade, tem tanto personagem que eu nem me dei o trabalho de decorar os nomes e características deles. (Falando nisso, ficou muito cópia de "Onze homens e um segredo"...) Acabei tomando como referência os nomes dos atores. Ficou menos confuso. Quem eu não sabia o nome, fiquei usando alguma referência física ou psicológica do personagem (por ex, só agora que descobri que o homossexual evangélico, irmão da boazuda, era o Vinícius de Oliveira - lembram de Central do Brasil?). Não gostei da estrutura picotada do filme. Já deu no saco aquele negócio de ver uma cena que se passa no momento que estão bolando o assalto, e a cena seguinte já mostrar o protagonista cheio de feridas no rosto dando depoimento. Em um filme com um monte de personagens, isso me cheira a furada. É sinal de que a história não tá lá bem amarrada.

Mas eu disse que o filme tem bons momentos, né? Então. Não sei se quem viu esse filme teve a mesma impressão que eu, mas creio que, no fim das contas, "Assalto ao banco central" elogia a inteligência. Não estou falando da cena em que o Barão aparece "jogando" xadrez. Estou falando do personagem do Tonico Pereira: o cara tem diploma de ensino superior  (é engenheiro) e, por conta de sua posição política, estudou mais ainda. O desfecho dele é o mais legal do filme. Isso sem contar que toda confusão pós roubo acontece justamente por falta de... inteligência.

Agora, não tem como fazer um filme desses sem precisar de um bocado de técnicos made in Hollywood ensinando como rodar uma cena de ação. E, nesse ponto, o filme ficou muito pobre. Saí da sessão querendo saber se a Globo (porque é um filme da Globo, com diretor da Globo, e quase todo o elenco é da Globo) deixa as cenas de ação desta maneira porque é pobre e não pode mandar ninguém estudar fora e aprender com quem lida com isso na indústria ou deixa ficar tosco mesmo. Quem consegue um carro perseguindo uma cegonha a 60km/h? Mas, se falta ação nas cenas de perseguição, nas de sexo tem de sobra... Cenas sem necessidade. Parece que o diretor aproveitou a liberdade que a tela grande dá, e mandou ver (sem trocadilho) na pegação. Teria até uma cena de menáge, mas por "falta de tempo", cortaram. De boa, Marcos Paulo precisa pegar umas dicas com o Padilha...


Polícia Perfeita Federal
E, por fim, alguém poderia me explicar a fixação que esse pessoal tem pela Polícia Federal? Gente, PF NÃO é Swat, nem qualquer outra organização policial sinistra. Na falta de uma polícia decente, inventa uma! Ou então trabalha com o que tem! Lima Duarte (incrível, como sempre) e Guilia Gam (alguém pode explicar por que a vida sexual da personagem entra na história?) formam a dupla perfeita: ele, o experiente-coroa-inteligente. Ela, a moça-super-conectada-e-avançada (viu? ela namora até uma mulher!!). Juntos, são sinistros. Suuuuper sinistros. Isso não faz o menor sentido...


Mas, enfim, é um bom filme pra passar o tempo; possui muitos elementos de comédia que funcionam - talvez, se fosse comédia, o filme teria mais sucesso (porque como ação deixa a desejar...). Falta um pouco de ousadia e estudo técnico: em um filme com essa proposta, não adianta, tem que ter velocidade, bons cortes... e não só a câmera tremendo.


Colega, isso não é novela das 20h.


Estrelinhas? Hum... umas 3, pelo esforço.

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