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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Lanternas Vermelhas: vale a pena ver de novo!

China, 1920. Songlian, que vive com a madrastra, se encontra em um beco sem saída: tá sem dinheiro e precisa viver. Então aceita a proposta de se casar com um homem que nunca viu. É claro que sua função é a de ser concumbina - o "bonitão" tem mais 3 esposas. Antes disso, fora uma universitária.

Esse é o início de uma bela obra de arte chamada "Lanternas Vermelhas" (1991 - direção de Zhang Yimou) que projetou Gong Li para o mundo (Lembram de "Memórias de uma gueixa"? ela estava lá. Mas, por favor, esqueçam "Miami Vice"...). É um filme velho, eu sei, mas toda coisa bela merece ser vista novamente, em algum momento da vida. Acho que foi a 4ª vez que vi e mesmo assim fiquei hipnotizada. O mais legal ainda é ver com alguém que nunca viu e perceber que sempre haverá pano na manga pra debater. O filme é tão importante, mas tão importante, que virou até um balé.
 
É velho, você já deveria ter visto. Mas se AINDA não viu, aviso que tem spoilers abaixo, ok?


Gong Li nunca mais foi a mesma...

Poucos personagens, roteiro de tirar o fôlego. As (agora) quatro esposas (de idades diferentes) vivem em eterna competição para ter a atenção do Senhor e acender as lanternas de suas casas (as lanternas do título são os sinais de que o Senhor está passando a noite com uma eleita). Como recém chegada, a novinha Songlian curte dar uma de madame: por regras, novata tem um tempo fixo para passar com o "marido" e escolhe o menu do almoço, além de receber massagem nos pés. Mas é CLARO que existem as outras, e elas pegam pesado... Assim como nossa protagonista também - não tem essa de que só porque é a estrela do filme é a boazinha... esqueça isso!

O interessante (e triste também) é ver o comportamento das mulheres entre si, que são chamadas de... Irmãs! No fim a gente percebe que a realidade não é lá muito diferente da ficção... Ok, meninas, vamos combinar: o que tem de  fofa fura-olho por aí... Todas nós já passamos por alguma situação onde desejamos tanto a atenção de alguém que perdemos a linha sobre os nossos atos.

A história tem um outro agravante: todas elas vivem em um mesmo terreno, uma espécie de vila, então nada de ficar sassaricando por aí! (claaaaaro!...) Isso significa que TODAS olham pra cara de TODAS. TODOS OS DIAS. Imagina você se casar com um cara que tem mais três esposas e, pra piorar, não sair de casa nem pra olhar a cara da rua e voltar?

Você deve estar pensando: "Pô, então o marido tem que valer muito a pena, deve ser um cara bonitão..." E eu digo: não sei. Só sei que o cara é rico. O rosto dele (detalhe importante) não aparece em momento algum. Não que elas não olhassem pro cara, elas olham (e rola até alguns abusos), mas pra gente não interessa quem o cara é. O que importa é que ele tem poder suficiente para reunir e manter mulheres tão diferentes em um mesmo lugar e sob suas regras.

Belíssimo, com um figurino maravilhoso e mais: a história acompanha as estações do ano, então certamente somos contemplados com incríveis imagens.
 
Estrelinhas: 4 - não dei 5 por conta das diferenças culturais. É irritante ouvir uma das esposas, que fora cantora lírica na China, cantar. Sério.

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